Desodorantes, antitranspirantes e outros produtos com fragrâncias podem ser prejudiciais à saúde, de acordo com um estudo publicado recentemente no periódico científico Journal of Occupational and Environmental Medicine. A pesquisa, com 1.100 participantes, concluiu que 25% das pessoas sofrem com reações alérgicas aos produtos químicos encontrados em aerosóis, como desodorantes, purificadores de ar e produtos de limpeza. Os efeitos colaterais mais comuns causados por esses químicos “danosos” incluem ataques de asma, enxaquecas e problemas de pele.

“Nó estamos expostos a estes químicos continuamente, mas as pessoas geralmente não percebem que estão sendo prejudicadas até ser tarde demais”, disse Anne Steinemann, professora da Universidade de Melbourne e principal autora do estudo, à revista especializada New Scientist.

Sensibilidade química múltipla

O estudo, feito por pesquisadores da Universidade Melbourne, na Austráliam revelou ainda que o número de pessoas consideradas ‘sensíveis’ a estes produtos quadruplicou em 16 anos. Uma pesquisa similar feita em 2002 mostrou que 3% de seus participantes foram diagnosticados com sensibilidade química múltipla (MCS, na sigla em inglês), contra 13% no levantamento atual. Os pesquisadores estimam que aproximadamente 55 milhões de adultos nos Estados Unidos – cerca de 16% da população  – sofrem com o problema.

Quase 60% dos voluntários com sensibilidade química múltipla admitiram que haviam parado de utilizar banheiros públicos que utilizam esses produtos e mais da metade afirmou não poder mais lavar as mãos com sabonetes com cheiro. “A MCS é uma doença séria e potencialmente incapacitante, que é generalizada e está aumentando na população americana”, ressaltou Anne.

Aumento do risco de câncer

Outro estudo, publicado em 2016, associou o uso de antitranspirantes ao aumento do risco de câncer de mama. De acordo com pesquisadores da Universidade de Genebra, na Suíça, essa ação seria causada pelas partículas de alumínio presentes nesses produtos. Entretanto, muitos especialistas apontaram falhas na metologia e afirmaram que não há necessidade de banir desodorantes com sais de alumínio do uso diário.

Por outro lado, especialistas continuam advertindo que o uso exagerado de produtos altamente perfumados podem causar problemas de pele, inclusive eczema.